Sílvia Colomé, jornalista e autora do romance ‘La legenda del Carreró’

Sílvia Colomé, jornalista e autora do romance ‘La legenda del Carreró’

Editores Camponeses

“La Blancallum ajuda Salgar a trazer à tona toda a luz e força que ela carrega dentro de si”

‘La legenda del Carreró’ é o primeiro romance da jornalista Sílvia Colomé. É um romance de realismo mágico ambientado na região de Montgai e Sió no século XII, que relembra a sabedoria ancestral da mulher apesar das circunstâncias e da época em que ela tem que viver. Colomé também é gerente do Lo Carreró de Montgai.

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Como surgiu a ideia de escrever este romance?

Um dia visitei o Carreró de Montgai onde conheci a artista Lily Brik, que na época pintava o primeiro dos dois murais que podem ser vistos no espaço. Disseram-me que queriam fazer uma palestra no espaço e sugeriram que eu escrevesse a história do Carreró.

Comecei a conversar com os moradores da cidade e a pesquisar, mas há pouca documentação histórica, pois o que existia desapareceu durante a Guerra Civil e o que resta é recolhido pela historiadora Dolors Domingo no livro ‘Una frontera interior. Montgai e Butsènit na Idade Média’. Propus então um conteúdo ficcional e realismo mágico criando a lenda do Beco.

Quais personagens aparecem nele e qual é o enredo do romance?

Os principais protagonistas são duas mulheres: Blancallum e Salgar. A primeira é uma personagem fantástica, uma mulher da água, um ser da mitologia catalã que usa túnicas e as lava à noite, penteia os longos cabelos e é notoriamente bela. No caso de A lenda do CarreróBlancallum é filha da neblina e do último raio de luz e representa a inspiração, ou seja, as pessoas que a contatam conseguem extrair toda a força, sabedoria e luz que carregam dentro de si.

A segunda personagem principal é Salgar, uma menina que nasce em Carreró e que faz a jornada da vida até a idade adulta ao lado de Blancallum, que a acompanha na jornada e a ajuda a se tornar uma mulher estável e forte. Entre as coisas que Salgar aprende neste passeio, destaca-se o processo de fabricação do sabão.

Vale lembrar que Montgai vem comemorando a ‘Net. Fira del Sabó’, que tem como objetivo recuperar e divulgar o processo de fabricação do sabão artesanal. Segundo a Alfândega catalã, a tradição do sabão é particularmente relevante em Montgai em meados do século XIX, quando existia uma fábrica de sabão e, além disso, eram praticados dois ofícios relacionados com a indústria do sabão, hoje perdidos, como os morcaires e os fabricantes de barris. .

Tanto Blancallum quanto Salgar podem ser vistos em Carreró, certo?

Sim, o Blancallum está esculpido na porta de entrada de ferro e é aquele que recebe os visitantes enquanto o Salgar está encarnado nas paredes do Carreró, nos dois murais da artista Lily Brik, pode ser visto quando criança e quando jovem. pessoa.

O processo de criação foi difícil?

Sim, considerando que sou de Barcelona e não estou habituado ao mundo rural, muito menos a Lleida. Há um ano que estou pesquisando e coletando informações, fiz um trabalho intensivo de documentação histórica. A historiadora Dolors Domingo me ajudou muito e li muitos textos sobre a história da Catalunha Nova, já que a narrativa se passa no período medieval, o século XII, e queria que fosse totalmente verdadeira nesse sentido. Também conversei com vários vizinhos, incluindo a mestre saboneteira Maria Àngels Prats, que me revelou todos os segredos da fabricação de sabão e a importância da planta barella. Por fim, mergulhei na natureza, no mundo rural e nos elementos característicos do território como o nevoeiro e a língua, há um ano venho quase todos os fins de semana a Montgai. Nesse sentido, aparecem no romance frases e expressões da região e todos os espaços do ambiente nomeado existem ou existiram no século XII como a Font Amarga ou o Tossal del Moro, entre outros. Meu objetivo é que, quando os moradores de Montgai e arredores lerem o romance, reconheçam a área e sintam que é deles, mas ao mesmo tempo que a história seja universal e chegue a todos.

Que mensagem você deseja transmitir ao leitor?

Autoaperfeiçoamento e autoconhecimento, além de tirar as mulheres do esquecimento. O romance pretende nos lembrar que todas as mulheres possuem dentro de si o conhecimento ancestral e só precisamos da convicção pessoal para trazê-lo à tona e assim nos tornarmos pessoas completas. Nesse sentido, Blancallum ajuda Salgar a trazer à tona toda a luz e força que carrega dentro de si.

Você apresentará o romance em Montgai?

Sim, no sábado, 21 de abril, às 19h, no mesmo espaço do Lo Carreró. Eu diria que será a apresentação mais sentimental e autêntica de todas porque se passará no espaço onde se passa o romance. Além disso, no domingo, 22 de abril, coincidindo com a Net. Fira del Sabó de Montgai, durante a manhã terei uma barraca de venda de exemplares e os autografarei em Lo Carreró.

Além de escrever o romance, você também será gestor do espaço cultural de Lo Carreró, recuperado nos últimos anos. Que atividades você planeja organizar lá?

Sim, participei no concurso e a Câmara Municipal atribuiu-me. Lo Carreró é um espaço de criação artística e revitalização cultural que pode acolher inúmeras atividades, desde concertos, contação de histórias, magia (não esqueçamos que Montgai é a cidade da magia e organiza uma feira sobre este tema), observação de estrelas, emparelhamentos, vinho degustações (há duas vinícolas no espaço), entre outras. No momento, porém, o espaço ainda está em construção, espero que terminem durante o mês de maio. A casa adjacente está sendo adaptada. É necessário o Trago, um espaço coberto e fechado, para que Lo Carreró possa acolher atividades durante todo o ano.

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