O Sónar+D arrancou esta quinta-feira com uma centena de propostas apresentadas por setenta e oito entidades relacionadas com tecnologia musical, IA, jogos, desenvolvimento, investigação ou realidade virtual, entre outras. Esta é uma amostra de diferentes atores que se adaptam à nova realidade das indústrias criativas, com o uso generalizado da inteligência artificial, como protagonista.
A vitrine Sónar+D pretende também mostrar como o talento criativo e a indústria tecnológica emergem na capital catalã, um ecossistema que, além da criatividade e da investigação, também tem gerado um setor empresarial relevante e relevante
Uma das grandes reivindicações deste ano, que faz parte da Área de Projeto Sónar de Dia, são as propostas onde a inteligência artificial interage com o visitante. Estas experiências colocam a máquina no lugar do humano, mas dão-lhes resultados que talvez não esperassem, porque os humanos são mais fáceis de prever.
‘The Confessional AND AI Ego’ do coletivo alemão Mots, é uma instalação que comenta a pessoa que entra no confessionário e a expõe a cenários imaginados para a IA de acordo com seus pressupostos. Uma das responsáveis pelo coletivo, Daniela Nedovescu, explicou que esta experiência gera muita “surpresa” porque a máquina descobre mais do que os visitantes imaginam.
Além da inteligência artificial que dialoga com o visitante, é possível ver jardins cheios de fantasia, um videoclipe que combina a arte de Triquell com IA e robôs de ‘Eixam’ que analisam os algoritmos da escola
O passeio também permite descobrir ‘Thymus Vulgaris’, uma instalação sonora interativa que traduz dados biométricos (sinais elétricos) de um canteiro de plantas de tomilho usando duas placas Arduino que criam notas MIDI audíveis. ‘Enakd’ apresenta uma transformação de dados de ondas cerebrais em música e imagens geradas por IA e ‘Subterranean Imprint Archive’, um projeto que funde uma rica colagem de imagens de arquivo, histórias pessoais e visões espectrais para expor os conflitos profundamente enraizados na exploração de minerais em África e a procura mundial de energia nuclear.
Por sua vez, o Barcelona Supercomputing Center (BSC) conta com três projetos da sua residência artística: um simulador de respiração humana, um simulador de espectro eletromagnético numa cidade para analisar como o 6G pode funcionar melhor ou a proposta da cantora Maria Arnal, uma geração de voz sistema com IA.
A maioria das propostas que podem ser vistas na ProjectArea foram escolhidas pela equipe Sónar+D para mostrar as últimas tendências em criação com IA. Cerca de vinte das propostas apresentadas foram apresentadas num processo de seleção onde participaram 250 projetos. Metade das iniciativas da ProjectArea são locais, as restantes são de países como a Coreia do Sul, a Dinamarca, os Países Baixos, o Reino Unido e os Estados Unidos da América.
O espaço imersivo do festival
Este ano o Sónar apresenta também “Espai Oníric”, uma coletânea de projetos audiovisuais de seis artistas e estúdios criativos catalães, assinada por Antònia Folguera, curadora do Sónar+D, e Marc Gomariz, codiretor do festival MIRA. O projeto destaca Blit, com sua peça ‘Data-ism’; Desilêncio com a peça ‘Paramnésico’; Eyesberg com ‘1,5 graus’; Masso, com a peça ‘Pax Rata Fiat’; Onionlab com ‘Climate’, e Sevi Iko Dømochevsky, com o ato ‘Cancer’ da obra ‘Break Cycle’.
As obras exploram uma ampla gama de temas que abordam questões atuais como as mudanças climáticas ou a relação com a tecnologia. sonar