Texto: Laia Pedrós / Foto: Laia Pedrós
Alba Pijuan é prefeita de Tàrrega há quase um ano. Ele afirma que “foi um ano muito intenso e de aprendizado”. Ela ficou em segundo lugar na lista da ERC e quando faltava apenas um dia para a investidura, tornou-se prefeita após a renúncia do cabeça de lista. Conquistou a prefeitura in extremis graças aos votos a favor da ERC, CUP e PSC. Primeiro num governo minoritário, onde quase todos eram novos na política, embora em dezembro tenha estabilizado com a entrada dos dois vereadores do PSC. Agora tem de enfrentar uma crise sanitária, com efeitos significativos na economia.
Ela é prefeita há quase um ano, qual a avaliação dela?
A avaliação pessoal é positiva, um ano muito intenso e de aprendizado. Além disso, em Dezembro alcançámos a estabilidade com a entrada no governo do CPS, e agora que começámos a promover medidas do nosso programa de esquerda, todas as nossas prioridades mudaram. No dia 19 de março aprovamos nosso primeiro orçamento, que teremos que modificar para priorizar as políticas sociais e econômicas, as despesas de saúde e a adequação dos espaços.
E a relação com a oposição?
A oposição tem sido dura, agressiva e destrutiva, acho que não contribui, apenas critica e deprecia. No entanto, quando eclodiu a crise do coronavírus, ela afrouxou, exceto na última sessão plenária. Acho que deveríamos ir todos juntos agora.
Como é vivida a crise da Covid-19?
Nos primeiros dias concentrámo-nos na obtenção e entrega de material médico às pessoas mais vulneráveis, no CAP e nas residências, onde não foram registados positivos, facto que atribuo a um factor de sorte e prevenção precoce, bem como ao bom trabalho de profissionais. No entanto, passados dois meses, paralelamente à crise sanitária, temos de enfrentar uma crise social e económica. Por exemplo, notamos um aumento de 75% de famílias que utilizam o Armazém Alimentar Solidário e há famílias, afetadas pela ERTE, que ainda não receberam nada. Da Câmara Municipal tentamos ajudar mas há coisas que não dependem de nós, já cancelámos as cotas dos jardins de infância e da Escola de Música, oferecemos aos bares e restaurantes a possibilidade de ampliar as esplanadas e cancelámos a via pública taxa de ocupação até ao final do ano. Estamos também a promover uma campanha que deverá servir para revalorizar o comércio e o comércio local. No entanto, estou feliz porque muitos estabelecimentos se reinventaram e surgiram novas iniciativas colaborativas como o RestaurantsTarrega.cat, que foi lançado recentemente com tremendo sucesso. Fomos também uma das cidades onde no primeiro dia da fase 0 foram reativadas mais lojas.
Muita solidariedade, né?
Sim, agradeço doações de pessoas físicas e jurídicas; a Rede de Voluntariado, que formamos no dia 13 de março e em poucas horas já contava com 200 inscritos, e a Rede de Costura. A Polícia Local também fez um ótimo trabalho.
Entre 13 e 17 de maio celebraram a Festa Major confinada.
Sim, houve um gostinho da Festa Major normal com 40 atividades para que a essência não se perdesse. Estou grato pela reacção das pessoas e entidades envolvidas, que trabalharam arduamente e depositaram muito entusiasmo e vontade. Além disso, acabamos recuperando o castelo de fogo, que podia ser avistado de cinco pontos da cidade.