Ter o coração dividido entre a paixão pela terra onde nasceu e a necessidade de conviver na grande metrópole para poder ter acesso a um ambiente de trabalho aceitável, é o algoritmo no qual se encontra imerso, Flavià Boleda designer gráfico 25 anos velho filho de Verdú.
Boleda nos conta que tem um grande amor e carinho pela sua terra, pois no ambiente familiar foi ensinado a compreender e amar as raízes, singularidade que permeou seu jeito de ser. Boleda garante que “não teria conseguido desenvolver os meus projetos, nem o tipo de personalidade de designer, se não tivesse partido desta origem”. O designer acredita que esta particularidade lhe serviu bem no ambiente de trabalho, atualmente faz parte da equipe criativa da agência Fuego Camina Conmigo.
Mas depois desta apresentação mais apaixonada e pessoal, Boleda volta à realidade e reconhece que no setor profissional em que atua, ter um pé na cidade grande é uma vantagem e “quase uma garantia de sucesso para prosperar”. Os grandes clientes, a facilidade de conhecer a concorrência, a acessibilidade das equipas de trabalho entre outras vantagens, tornam essencial ter este pé na cidade.
Flavià Boleda formou-se no Centro Universitário de Design e Arte de Barcelona (EINA), e a partir deste ponto de partida educacional, não sabemos se, pelo exposto anteriormente, começou a se destacar no ambiente criativo gráfico e comunicativo. Este ano recebeu o Laus d’or, o maior reconhecimento do estado para projetos emergentes, concedido pela Associação de Diretores de Arte e Designers Gráficos (ADG) FAD, pela campanha de comunicação da série de concertos em Cal Prim de Verdú
O personagem que temos diante de nós parece ter implantado essa dualidade que explicou no início, com sua tese final de graduação (TFG) que intitulou “Bolo 01, Travessias Sardanistas”. Não é preciso muita explicação para perceber que Boleda voltou a utilizar um elemento tradicional para projetar suas origens.
Boleda garante que o “Bolo 01” tem sido um ponto de partida para a sua investigação, que pretende desafiar a percepção que algumas pessoas têm da sardana. O autor nos diz que a direção do O Center Universitari explicou que nunca tinha visto tanta gente numa apresentação do TFG, nem tantas pessoas interessadas na sardana. Boleda afirmou que tudo se deve à forma de explicar e de fazer com que os interlocutores prestem atenção.
Boleda apresenta a definição teórica do projeto nos seguintes termos:
O BOLO 01 é um jantar que quer dar visibilidade à sardana, colocando-a em circulação e em contacto com outros meios, outras linguagens, detectando e gerando cruzamentos culturais/artísticos, de uma parte mais improvisada, como o jazz, a fotografia, a electrónica música, comida e dança. Foi realizado detectando padrões dentro dessas disciplinas e conectando-os com outras áreas para conseguir um vínculo inovador. Os laços/cruzamentos foram realizados ao vivo, com ideia de ação performativa. Trabalhamos sob uma direção de arte que facilitou a compreensão da ideia do almoço como um ponto de encontro para fazer música e se divertir.
O “Bolo 01” quer ser uma constatação de que a sardana pode ser fundida com qualquer outro estilo musical, e esta nomenclatura poderia ter continuidade num “Bolo 02 -03…” como explica o autor.
Flavià Boleda Franco está mais uma vez entre os melhores designers juniores do estado, já que a EINA planeja apresentar o “Bolo 01” na premiação Laus 2025. Mas haverá mais por vir, acrescenta Boleda, este ano ele apresenta seus teoremas criativos no. Museu do Design de Barcelona, nos dias 26 e 27 de setembro, no âmbito do BRUT!, espaço do Festival Blanc onde os estudantes de design apresentam a sua Dissertação Final de Licenciatura ou Dissertação Final de Mestrado.
Verdú, o Vall de Corb, em l’Urgell seria o lugar idílico de onde poderia surgir um projeto itinerante de concursos e eventos em diversas áreas, uma forma de fundir ambientes e extrair conceitos e elementos que pudessem servir como ferramentas de desenvolvimento. Boleda acrescenta que seria bom que os projetos de cidade fossem implantados no campo, como desenhar Barcelona, por exemplo.