Xiaomi: Quer nosso carro elétrico? Você vai esperar.

A Xiaomi alertou seus clientes que poderão ter que esperar até 7 meses para receber uma unidade do primeiro carro elétrico da empresa. O anúncio ocorre dias depois de as ações da gigante subirem 16% nas primeiras horas após o lançamento das vendas.

A empresa investiu pesadamente em seu novo negócio. Oficialmente, os recursos gastos no lançamento do SU7 são dez vezes maiores do que outros fabricantes costumam investir em seus novos modelos. A aposta revelou-se lucrativa – a gigante tecnológica chinesa recolheu 140 mil encomendas apenas nas primeiras 48 horas após o início das vendas. As ações da empresa subiram até 16% na abertura da bolsa de valores de Hong Kong, apenas um dia após o lançamento do carro elétrico.

Parece que a Xiaomi, como recém-chegada ao mercado automóvel, poderá ter dificuldades em dar resposta ao enorme volume de encomendas. A empresa alerta os potenciais compradores que poderão ter que esperar de 4 a 7 meses antes de receberem as chaves dos seus carros. A capacidade de produção da empresa para este ano está estimada em 60 mil unidades, reduzida à metade para atender à demanda.

O SU7 está disponível em três variantes, com o modelo básico custando 215.900 yuans (US$ 29.842). O Pro de última geração e o Max de última geração custam 245.900 yuans (US$ 33.989) e 299.900 yuans (US$ 41.453), respectivamente.

Foto: AP

Na quinta-feira, o fundador da Xiaomi, Lei Jun, disse que o SU7 supera o Tesla Model 3 em 90% dos parâmetros. O site da empresa afirma que seu carro terá autonomia de até 700 quilômetros, em comparação com os 606 quilômetros do Modelo 3. O SU7 também é mais barato que o Modelo 3 básico, que é vendido na China por 245.900 yuans (US$ 33.989).

A Xiaomi é a quarta maior fabricante de smartphones do mundo, mas a empresa possui um portfólio invejável de eletrônicos de consumo e eletrodomésticos como aspiradores de pó, fornos de micro-ondas e fritadeiras de ar. Lei identificou o projeto do carro da Xiaomi como seu “último grande empreendimento comercial” já em 2021.

Em uma postagem no Weibo na segunda-feira, Lei disse que o SU7 é o resultado de três anos de trabalho duro. Lei também reconheceu que a Xiaomi está vendendo seu novo carro com prejuízo e acrescentou que a empresa tem reservas de caixa suficientes para lidar com a concorrência acirrada na indústria automobilística chinesa nos próximos cinco anos. Os fabricantes de automóveis chineses estão a envolver-se numa nova série de guerras de preços para superar os sinais de desaceleração do crescimento no maior mercado mundial de automóveis eléctricos. Segundo a direção da Xiaomi, a empresa também está pronta para vencer nesta corrida.

Julio Cesar Santos

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