Drone ucraniano de IA reconhece inimigo pelos uniformes

Drone ucraniano de IA reconhece inimigo pelos uniformes

A tecnologia ucraniana está a avançar com drones alimentados por inteligência artificial (IA), concebidos para identificar e atacar alvos com base em sinais visuais, como uniformes.

Os novos drones inteligentes em serviço nas Forças Armadas da Ucrânia trabalham tanto de forma independente como em enxames, comunicando entre si ou tomando decisões autónomas. Porém, para prevenir acidentes, a aprovação humana nesta fase é uma condição necessária antes de qualquer ataque.

Além do campo de batalha, os drones ucranianos superam os humanos em missões de reconhecimento e coleta de informações “mais rápido que qualquer homem”. A tecnologia promete fortalecer a posição da Ucrânia na sua guerra de libertação contra o invasor russo.

Uma revolução no campo de batalha

O fundador da Swarmer, startup que desenvolveu um drone de IA, Sergey Kuprienko, comparou a implementação dessa tecnologia à revolução industrial. “Os primeiros passos dos drones de IA na indústria militar são como a implementação de motores a vapor nas fábricas”ele compartilha com entusiasmo.

Sergei Kuprienko. Foto: Sunday Times

Nossa principal missão? Vamos aproveitar os robôs para lutar em vez dos humanos” – Sergey Kuprienko

Esta filosofia reflecte o investimento crescente da Ucrânia na produção de sistemas autónomos para obter uma vantagem no campo de batalha e, ao mesmo tempo, minimizar as baixas humanas. Antes da invasão russa em fevereiro de 2022, Kiev tinha apenas 20 empresas de tecnologia militar. Existem hoje mais de 200 fabricantes que se concentram em tecnologia de defesa, com ênfase em sistemas autônomos de reconhecimento e eliminação.

“O inimigo ataca e cai, e manda cada vez mais homens”diz o vice-ministro da Transformação Digital, Oleks Bornyakov, observando a natureza misantrópica da liderança russa. “Não vemos a guerra dessa forma.”

Ética e o futuro da ação militar

A Ucrânia está testando a tecnologia em parceria com diversas empresas. Embora o combate autônomo seja inteiramente possível, a verificação humana garante um direcionamento ético e seguro. Embora seja tecnicamente capaz de disparar de forma autônoma com base no reconhecimento de IA, Kuprienko enfatiza:

Não permitiremos isso por razões éticas.”

Kurpienko menciona um sistema semelhante de drones dos EUA que gerou debate sobre o seu potencial para atingir um “ponto sem retorno” no uso de armas autônomas de IA. Este debate ético continua, mas a Ucrânia insiste no controlo humano de qualquer ataque em defesa do seu território.

Apesar da decisão da ASU, muitos comandantes partilham a sua preferência por alcançar total autonomia na utilização de armas de IA. Kuprienko reconheceu a importância de vencer a guerra. Prevê um futuro em que os enxames de IA operem de forma independente em áreas designadas totalmente ocupadas pelas forças inimigas.

Julio Cesar Santos

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